sol co5m png
cardeal caetano comentario de ente e essencia santo tomas

COMENTÁRIO AO DO ENTE E DA ESSÊNCIA

A única doutrina filosófica que teve ininterruptos seguidores 
desde seu surgimento há mais de oito séculos.

O Comentário de Cardeal Caetano ao Do Ente e da Essência de Santo Tomás de Aquino é uma das primeiras expressões da tradição tomista quanto à explicitação do ponto central de sua doutrina: a distinção real entre essência e ser.

PREFÁCIO DO PROFESSOR
CARLOS NOUGUÉ

VEJA AS PRIMEIRAS PÁGINAS DA OBRA QUE VOCÊ RECEBERÁ EM CASA

[3d-flip-book id="1566" ][/3d-flip-book]
0
PÁGINAS
+ 0
PÁGINAS DE PREFÁCIO

COMENTÁRIO DO PROF. DR. DANIEL SCHERER

O prefácio de Carlos Nougué a este Comentário ao do Ente e da Essência, de Cardeal Caetano, é, em verdade, bem mais que um prefácio: é um opúsculo metafísico de grandíssimo fôlego, com uma profundidade por vezes vertiginosa, e voo próprio. Nougué não se limita a apresentar a obra do gigante Cardeal, mas trata de situá-la dentro de sete séculos de tomismo. Ao longo de mais de 80 páginas de argumentação cerrada, Nougué reconstrói a catedral metafísica que Santo Tomás nos legou, e não deixa de ajuntar, ele próprio, algumas pedras à construção. Os principais desvios do tomismo – ou “flexões”, na expressão de Fabro – são identificados; e alguns deles são apontados nesta mesma obra, o que Nougué faz sempre com máxima deferência à “glória da Igreja”, que foi a vida de Caetano, e também, e sobretudo, com o intuito pedagógico de entender a origem de tais desvios. Talvez a mais interessante e pouco observada dessas origens seja a maturação pela qual passou a terminologia e mesmo a doutrina de Santo Tomás, fato para o qual Padre Álvaro Calderón recentemente chamou a atenção (em seu magnífico El orden sobrenatural). Em sua juventude, Santo Tomás teve um período, digamos, “aviceniano”, o que se vê de modo particular em seu De ente et essentia, que Cardeal Caetano aqui comenta. Apoiando-se na autoridade de Avicena, e também de Boécio, Santo Tomás emprega, em suas obras de juventude, certas expressões e formulações que abandonará por completo nas obras de maturidade (as Sumas, por exemplo). Parte das flexões do tomismo, ainda em seus albores, talvez se explique por uma piedosa mas excessiva reverência ao Mestre, como se já em seus primeiros escritos sua doutrina estivesse perfeitamente enunciada. Nougué destaca o desenvolvimento paulatino do pensamento do Angélico e apresenta-nos, então, a metafísica do Santo Tomás maduro. O texto começa, e de algum modo se centra, na ascensão metafísica que conduz Santo Tomás à descoberta central de sua doutrina: a distinção real entre essência e ser nas criaturas. Há uma gradação na essência dos entes criados, do plasma denso aos anjos. A essência não é, meramente, uma potência que limita ou coarcta o ser (com o que o ser se esvaziaria em um puro “existir”), mas uma perfeição que determina formalmente o ser. Quando examinamos a relação entre a forma e a matéria nos entes sensíveis, notamos que, quanto mais subimos essa “escada de Jacó” que é a hierarquia do real, tanto mais a forma se despega da matéria e a domina. Até que, nos anjos, que conhecemos apenas por fé, já temos uma forma pura. Notamos também, e isto é o decisivo, que quanto mais afastada da matéria é a forma do ente, tanto mais cognoscente é o ente, porque ele é tanto mais capaz de ser quodamodo omnia. E tanto mais, enfim, ele participa do próprio ser, ou seja, tanto mais “entidade” ele possui.

O fundamento metafísico do conhecimento é a imaterialidade e, ao fim e ao cabo, a própria “entidade”. Imaterialidade, cognoscibilidade e entidade implicam-se mutuamente. De modo que, quando alcançamos a distinção entre Esse per essentiam e ens per participationem, em que culmina a metafísica de Santo Tomás, encontramos, finalmente, aquele Ente em que ser, essência e inteligir coincidem perfeitamente. A essência de Deus é o Próprio Ser, mas este ser não é um puro existir vazio, oco, cavo; mas uma intelecção omniabrangente que, conhecendo a própria essência, conhece, em um só golpe, tudo o mais. Compreender a gradação das essências é o que nos permite compreender Deus como causa eficiente, exemplar e final de todos os entes.
Mas depois de conduzir-nos do sopé ao cimo da montanha metafísica de Santo Tomás, Nougué ainda nos mostra como, de lá de cima, se vê mais claramente uma multidão de coisas: a analogia do ente, agora enxergamos, é de atribuição intrínseca (contrariamente ao que dizia Cardeal Caetano); o verbo mental aparece como composto de espécie inteligível e ato de inteligir, analogamente ao ente, que tem por coprincípios a essência e o ato de ser (isso é nada menos que genial: aliás, essa analogia é de proporcionalidade própria); ainda: compreendemos que, em Deus, não há distinção entre “ser em ato” (ou existência) e “ser como ato” (ato de ser), e a participação agora aparece como uma imitação do ser de Deus, o que deriva da concessão, por parte de Deus, às criaturas de um ato de ser criado (distinto do ser divino; com o que se afasta qualquer interpretação panenteísta da participação); percebemos, ademais, que a operação dos entes, à medida que se sobe a escala das essências, é cada vez mais imanente; entendemos que a “essência pura” de Avicena é, antes, pura ficção, e que o “juízo de existência” com que alguns tomistas pretendem corrigir o problema não só não o corrige, como o pressupõe, etc. – Quem termina de ler o prefácio de Nougué a esta obra não está apenas mais bem capacitado para entender o Comentário de Caetano; está mais bem capacitado para ler e entender os escritos do próprio Santo Tomás, e evitar justamente as interpretações essencialistas e existencialistas de sua doutrina, tão comuns no tomismo mais recente. É que, de novo, este prefácio, em verdade, é bem mais que isso: é uma pequena joia.

Questão I – Se o ente é o primeiro conhecido segundo a ordem e
via de origem 

Questão II – Se o ente e a essência indicam mediata ou imediatamente
os predicamentos mesmos ou sua natureza

Questão II – Se o ente e a essência indicam mediata ou imediatamente
os predicamentos mesmos ou sua natureza

Questão IV – Se a matéria é parte da quididade natural

Questão V – Se a matéria é princípio de individuação

Questão VI – Se a natureza, absolutamente tomada, possui unidade ou pluralidade

Questão VII – Se a natureza, absolutamente tomada, seja a que
se predica dos indivíduos

Questão VIII – Se há universais em ato fora da alma

 

 

Questão IX – Se a matéria pode existir sem a forma

Questão X – Se cada espécie das substâncias separadas tem um só indivíduo

Questão XI – Se as inteligências são produzidas por Deus que por causa eficiente

Questão XII – Se o ser da existência atual e a essência se distinguem
realmente. Se as inteligências são compostas de ato e potência

 

 

Questão XIII – Se as perfeições existentes em Deus são de algum modo distintas independentemente de toda obra do intelecto

Questão XIV – Põe-se aqui a discussão acerca da individuação da alma intelectiva, que é o que a individual

Questão XV – Se as inteligências não são quiditativamente
cognoscíveis

Questão XVI – Se a dependência de um sujeito é da essência
do acidente

Questão XVII – Se as dimensões indeterminadas precedem na matéria a
forma substancial

Questão XVIII – Se os mesmos acidentes permanecem numericamente
no que é gerado e no que é corrupto

 

 

OFERTA DE LANÇAMENTO

ADQUIRA JÁ!
R$119
R$ 89,90
  • Entregamos para todo o Brasil
XPH308470 Luther in front of Cardinal Cajetan during the controversy of his 95 Theses, 1870 (oil on canvas)  by Pauwels, Ferdinand Wilhelm (1830-1904); Lutherhaus, Eisenach, Germany; (add. info.: Luther vor dem Kardinal Cajetan nach Anschlag der 95 Thesen, 1870); Belgian, out of copyright

Sobre o Autor

Tommaso De Vio

Cardeal Caetano surge como um pequeno frade da Ordem dos Pregadores aos 16 anos. Em 1494, recebeu o título de Mestre em Teologia Sagrada e depois teve um famoso debate com Pico della Mirandola, em Ferrara. Foi enviado pelo Papa para dissuadir Martinho Lutero e, mesmo não conseguindo, ajudou na redação da excomunhão do ex-monge agostiniano em 1519. Além disso, ele foi um dos cardeais que se opuseram à anulação do casamento entre o Rei Henrique VIII e Catarina de Aragão.
Caetano escreveu quase 150 obras, incluindo comentários a Aristóteles, Santo Tomás, Porfírio e muitos outros. Ademais, ajudou em traduções da Bíblia a partir do hebraico, cujo trabalho ele contou com ajuda de rabinos, além de escrever comentários a quase todos os livros da Sagrada Escritura, exceto o livro do Apocalipse, por achar demasiadamente árduo.
Mestre-geral da Ordem Dominicana, Caetano foi o mais ferrenho aristotélico-tomista de seu tempo, conhecido exatamente por ser um verdadeiro Mestre Auxiliar do Aquinate. Não por acaso o Papa Leão XIII ordenou que se adicionasse os comentários completos de Caetano de Vio à Suma Teológica junto à Edição Leonina das obras de Santo Tomás como instrução a todos padres e seminaristas.
Sobre ele, o Papa Clemente VII disse: “Cardeal Caetano é a lâmpada da Igreja Católica”.

cropped-medieval-sun-2-1

EDITORIAL CONTRA ERRORES