O De Malo, isto é, as Questões Disputadas sobre o Mal, de Santo Tomás de Aquino, é uma obra única em todo o Corpus Thomisticum. Mediante uma sistematização, o que é próprio do Aquinate, ele tratará do mal em si mesmo, da liberdade, do pecado e das causas do mal. O livro possui 16 questões distribuídas em 101 artigos, que tratam do mal em geral e em particular. Mais do que um tratado de filosofia acerca o mal, o De malo, que “possui um fundo de bono”, leva em suas bases as autoridades gregas, romanas, judias, árabes e cristãs. Neste tratado o Aquinate não se furta de esmiuçar também a fortaleza, o bem, os contrários, beatitude, enfim, o que transcende o homem a partir dos aspectos filosóficos da miséria e da natureza humana como como nenhum outro fez na história do pensamento ocidental.
Em nosso curso, trataremos sobre o mal do ponto de vista de Santo Tomás. Abordaremos o mal em geral e em particular, o pecado na medida em que é considerado em suas causas: Deus, o demônio, a ignorância, a debilidade, a malícia e a origem desde os primeiros Padres; os pecados veniais e mortais enquanto sua natureza, a seu sujeito e suas penas. Em outras palavras: trataremos acerca do mal em suas divisões; o mal de culpa quanto a sua razão e seu efeito; as múltiplas causas do pecado, sujeito e transmissão deste; a carência da visão divina, a pena de sentido, a morte e outros defeitos que há nesta vida; o livre-arbítrio humano pela vontade e intelecto; a distinção dos pecados veniais e mortais. Para tanto, seguiremos a autores consagrados e citados por Santo Tomás ao longo de toda a questão 1 (5 artigos) e comentadores e filósofos tomistas posteriores, de Caetano a Tomás Tyn.
Questão I – O Mal
Art. I – Se o mal é alguma coisa;
Art. II – Se o mal existe no bem;
Art. III – Se o bem é a causa do mal;
Art. IV – Se o mal se divide em mal de pena e mal de culpa;
Art. V – Se a pena ou a culpa tem mais razão de mal.
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